Mudanças desnecessárias (e revogadas)... neste momento!
Por estes dias surgiu a informação de que tinham sido modificados os montantes para a ‘contratação por ajuste directo’ ou, segundo outra terminologia: as ‘competências para autorizar despesa’... de certos intervenientes políticos/sociais. Os dados eram – tendo em conta as tabelas anteriores (de 1999) e as (pretensamente) actualizadas: director geral – 100 mil para 750 mil euros; presidentes de autarquias – 150 mil para 900 mil euros; ministros – 3,75 milhões para 5,6 milhões de euros; Primeiro ministro – 7,5 milhões para 11,2 milhões de euros.
Estas verbas foram, entretanto, reprovadas pela oposição no Parlamento, tendo ficado – tanto quanto se vai percebendo – congeladas e sem efeito... prático, eleitoral ou politicamente falando.
Sem qualquer intuito de confronto – seja com quem for... embora tenhamos direito a uma opinião sobre o assunto – parece que aquelas medidas seriam ainda mais gravosas para o nosso país, afundariam as nossas parcas esperanças e criariam um fosso ainda maior para o futuro próximo... de nossos filhos e netos.
= Parecer ou ser sério?
Que poderão dizer os cidadãos eleitores e (minimamente) interessados nas coisas públicas se vissem aquelas medidas promulgadas e em acção: estaríamos ao sabor do melhor e mais maquiavélico caciquismo? Venceríamos ou cavaríamos o descrédito de tudo e de todos? Quem iria desaproveitar as possibilidades de fazer obra à custa da pressa eleitoralista?
Pelo muito que ainda prezamos os autarcas e outros ‘servidores’ da vida pública seria quase uma derrota na sua honerabilidade e da nossa reputação colectiva permitir que tais medidas seguissem para a ordem social. Não basta dar a impressão de que se é (suficientemente) sério, pois também é (imperiosamente) preciso não deixar suspeitas de que se tenta vivê-lo... com verdade.
Aquelas medidas de alargamento de competências para adjudicar por ajuste directo – mesmo inconscientemente – poderiam levar muitos cidadãos a julgarem que se pode – em maré de eleições – entrar numa saga de despesismo, de conluios menos correctos ou até de aproveitamentos de certos habilidosos... como tem acontecido noutras épocas e em circunstâncias... recentes.
= Poupar, previnir e reduzir
De facto, temos de saber controlar as despesas do Estado e das autarquias, criando a sensação de estamos todos interessados em viver num país mais saudável económica, moral, política, socialmente... e na verdade.
De uma vez por todas é urgente assentar neste princípio: a recuperação do país começa em (nossa) casa... cuidando cada um de nós de gastar só o que tem e aquilo que pode, deixando de viver acima das nossas posses – não pode comer sofisticado, coma só o essencial – e de fazermos de conta que outros virão pagar as nossas dívidas. Somos nós – todos e cada um – que temos de nos consciencializar do essencial e de não ficarmos a enganarmos com o urgente.
Custe o que custar está na hora de sermos sérios, de nos comportarmos com lealdade uns para com os outros, de vivermos na honradez pessoal e social, de tudo fazermos para – como se diz no hino nacional – ‘levantarmos, hoje, de novo, o esplendor de Portugal’, que só acontecerá com trabalho, trabalho e muito trabalho, já e em força!
António Sílvio Couto
(asilviocouto@gmail.com)
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