O último livro do Papa
Como é do conhecimento de todos, Bento XVI acaba de publicar o seu segundo livro sobre Jesus de Nazaré. Apresentado no Vaticano em 10 de Março, foi já traduzido em sete línguas, com 1 milhão e meio de exemplares adquiridos, 32 mil só em Portugal.
O lançamento do livro tem vindo a acontecer praticamente em todas as dioceses do país e do mundo, na altura em que a Igreja prepara e celebra os acontecimentos centrais da vida, da morte e da ressurreição de Jesus. E bem. Efectivamente, Joseph Ratzinger, um profundo pensador, um notabilíssimo teólogo e um conhecido apaixonado por Jesus e pela Sua Igreja, escolheu para tema do seu discurso as palavras, as atitudes e os gestos decisivos da vida de Cristo, desde a Sua entrada em Jerusalém em Domingo de Ramos até à Sua Ressurreição no Domingo de Páscoa.
Entendo que não foi na qualidade de Papa que Ratzinger escreveu o livro e abordou os acontecimentos. Foi antes como um brilhante intelectual, um homem de enorme cultura, um inquestionável amante da verdade, dotado também de uma notável capacidade de análise e de crítica. Assim sendo, qualquer pessoa com curiosidade intelectual e cultural, mesmo não crente, pode encontrar no livro inúmeras perspetivas novas na abordagem da fascinante e sempre encantadora personalidade de Jesus.
O objetivo do Papa é bem claro: ajudar todas as pessoas de boa vontade a reconhecerem e a encontrarem o Cristo histórico, que, em simultâneo, é também o Cristo da Nossa Fé e da nossa Esperança. Nas suas próprias palavras, ele pretende no livro encontrar o Jesus real, a Sua figura e a Sua mensagem, e fazer este encontro “de um modo que possa ser útil a todos os leitores que queiram encontrar também Jesus e acreditar n’Ele”.
Ao escrever este “best-seller”, o Papa pretendeu, a partir de uma análise histórica da figura humana de Jesus e usando os métodos científicos que lhe são próprios, levar-nos ao encontro do Filho de Deus que só é possível descobrir-se à luz da Fé. Conhecer e amar Jesus significa passar além dos factos narrados pelos documentos históricos, nomeadamente a Sua Vida e a Sua Morte, e percebê-los como a expressão máxima do Amor de Deus pela humanidade e como realização generosa, humilde e corajosa do plano de Deus em favor de todos nós, para nos libertar do egoísmo, da maldade e de todas as outras formas do pecado, nos dar razões de vida e nos abrir caminhos de esperança.
E isto, efectivamente, só Ele o pode fazer.
.O Papa diz também que, para conhecermos o verdadeiro Jesus, “não podemos parar a meio do trajecto”, ou seja, ficarmo-nos pelo estudo dos factos acontecidos e das palavras ditas, mas temos de prosseguir no percurso, sem desfalecermos, até chegarmos à totalidade do mistério de Cristo como Homem - Deus que é Senhor e Salvador.
Fazendo votos por uma Páscoa Feliz para todos os que me lerem, desejo em simultâneo que o livro do papa nos ajude a estabelecer com esse Jesus uma relação íntima, pessoal e profunda de amizade, inseridos com gosto e alegria nessa Igreja onde Ele mora, que Ele muito ama e pela qual deu a Vida, e a levar ao Seu encontro todos aqueles que passam à nossa porta, ou se cruzam connosco nas ruas da cidade.
Para felicidade de todos.
Resende, 27 de Março de 2011
CORREIA DUARTE
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