Jornal de Opinião

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23/12/10

Contrastes do Natal

Natal! A manhã nasceu límpida, o céu dum azul pálido e o sol dum brilho intenso. Dir-se-ia, que a natureza, se antecipara às celebrações desse dia grandioso.

Nos lares onde impera a abundância, as crianças, mal acordaram, vestiram, à pressa, os seus roupões de lã, e ainda calçando as pantufinhas fofas, dirigiram-se à árvore de natal. Cheias de alegria verificaram que dos seus sapatinhos de verniz, transbordavam embrulhos, cheios de laços coloridos, certamente com os presentes que mais tinham desejado.

Nos lares modestos, há muito que as crianças saíram das suas caminhas quentes, para ver o que o Menino Jesus lhes tinha deixado nos seus sapatinhos gastos. Ficam felizes ao darem com o brinquedo que há tanto tempo vinham a desejar.

Nas desconfortáveis barracas, onde o frio e a chuva, por vezes penetra, os pequeninos ainda dormem, envoltos em velhos cobertores. Nada esperam nesse dia. As mães contemplam tristemente os filhos que dormem. Na véspera andaram a indagar, o preço deste ou daquele brinquedo, mas tudo era tão caro, que com os corações partidos, desistiram de os comprar. Quanto sofrem estas mães, que neste dia especial, não podem proporcionar aos filhos um pouco de felicidade!.. Sim, elas sofrem mais, por nada lhes poderem dar, que as próprias crianças por nada receberem….

Nos lares confortáveis, as raparigas, inspiram os perfumes caros, que os seus admiradores lhes ofereceram.

Na mansarda a costureirinha, lê tranquila e feliz, a carta simples mas sincera, em que o seu noivo marinheiro, lhe deseja um Feliz Natal.

Os idosos, junto dos filhos e dos netos, passam um dia feliz. Outros abandonados nos hospitais, nem se lembram que é Natal.

Milhares de fiéis vão às igrejas. Uns levados pela fé, outros por temor, outros por tradição.

Na solidão dos campos, um pastor ora em silêncio.

E o dia vai-se extinguindo, a tarde chega, o Sol esconde-se nas nuvens cinzentas.
Está um frio glacial, chuvisca e mais tarde vem a neve branca e pura, duma pureza igual à do dia de Natal.

Vem a noite. Nos salões iluminados e aquecidos, muitas crianças fazem rodas à volta das árvores de Natal.

Nos lares pobres já todos dormem espera-os um dia de trabalho.
Nas ruas muito movimento, muitas iluminações, mas nenhuma brilha tanto, como as estrelas no firmamento, que há pouco, as nuvens descobriram.

Susana Maria Cardoso

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