Jornal de Opinião

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09/12/09

Pelo País do início da gripe A, H1N1

As apreensões eram muitas nos cerca de cem participantes que se deslocaram para o Capítulo Geral da Ordem de S. João de Deus neste país. Ao chegar ao aeroporto todos tiveram que preencher o impresso sobre dores de cabeça, febre, fluxo nasal, dores nas articulações e não me lembro que mais.

Não faltavam avisos dos procedimentos e boas práticas a seguir, bastante visíveis em placardes e lugares públicos. Sem eles esquecíamos que estávamos em tempos e em país de gripe. Também havia por aqui e ali a garrafa com o líquido desinfectante a que uns recorriam fielmente e outros se esqueciam de o fazer por se sentirem desobrigados.

Por Guadalajara não se ouviam muitas notícias sobre os afectados da gripe A. Apenas se ouvia que aqui e ali uns tantos iam aparecendo infectados e sucedia uma ou outra rara morte.

Das vezes que se passava por alguma cidade não se via mais que um ou dois com máscara. E ajuntamentos não faltavam no centro histórico da cidade dos 25 milhões, como por exemplo nos protestos contra nacionalizações do dia 23 e mais ainda no dia 26 em que os polícias na Praça Maior e à volta do Palácio Nacional eram quase mais que os peões para manter em segurança a vinda do Presidente ao Palácio. Impressiona ver chusmas de polícias e seguranças por tudo quanto é sítio mas não parecia ser por causa da gripe. Mesmo os funcionários de aeroportos, restaurantes, museus e lojas parecem ser sempre a triplicar para as necessidades.

No grupo da centena de participantes nos trabalhos do encontro internacional felizmente ninguém recorreu ao Irmão médico participante no mesmo por gripe.
Na cidade do México em dois ou três dias, para além de meia dúzia de máscaras e dos avisos de alerta por aqui e ali, não se notava a paranóia da gripe suína. Estavam a chegar quase no final do mês de Novembro as primeiras vacinas, em número de menos de um milhão que parecia ser gota de água para cem milhões de habitantes.
Entretanto na Cidade do México, os que quisemos visitar o Palácio na Praça Maior tivemos que passar pelo controlo da gripe: uma desinfecção das mãos e uma verificação de febre pelo calor da cara mediante aparelho de raios infravermelhos à distância de dois metros.

Na missa na catedral da cidade do México um dos capelães, mesmo no dia em que um grupo de “fanáticos” do ídolo, como lhes chamou a TV, mandou celebrar uma missa por Michael Jackson, lembrou que em atenção ao plano de contingência a comunhão continuaria a ser na mão e que o rito da paz seria apenas com gesto de inclinação de cabeça à distância. Este procedimento não era tão geral como isso noutras igrejas, mas foi repetido no dia em que participei na Missa no Santuário de Guadalupe no dia 24. Ainda a propósito da assembleia na missa por M. Jackson não faltava, ele ou ela, não sei, com um visual quase perfeito a imitar o do “ídolo” e acompanhados com quadros do mesmo.

Perguntará alguém: então e não houve nenhum caso de gripe A no grupo do Capítulo Geral dos Irmãos de S. João de Deus? Pois, que eu saiba, não aconteceu nada. Após 20 dias de trabalhos e de algum programa social os seus participantes regressaram aos seu vinte cinco países e lugares de trabalho, sãos e salvos. E tudo acabou abençoado por S. João de Deus e por Nossa Senhora de Guadalupe a “Dona” e Soberana” da América Latina.
Cidade do México , 26 de Novembro de 2009
Aires Gameiro

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