Ressurreição páscoa vida nova
A Natureza vinga-se mas a vida será nova
Hoje temos a ânsia de viver. Queremos agarrar a vida, e ela se nos escapa, apesar de todo o desenvolvimento da ciência e da técnica. É que a vida é passageira, nós somos peregrinos numa terra que não é nossa a não ser de passagem. A nossa casa, por mais bela, encantadora e confortável que seja, deixá-la-emos aos nossos vindouros ou um simples cataclismo pode reduzi-la nuns breves segundos ou minutos a uma montanha de entulho. Temos diante dos nossos olhos imagens da Madeira, do Porto do Príncipe (Haiti), do Chile, da Turquia, do tsunami que atingiu as costas orientais.
A nossa casa não passa de uma tenda nesta terra de peregrinação onde se estão multiplicando os cataclismos, os terramotos, os tornados, as grandes cheias, provocadas por pluviosidade nunca vista, provocando milhares de mortos, de feridos e sem tecto.
No livro de Isaías, o profeta apresenta Israel como um povo pecador. Mas, exilado para a Babilónia, ou obrigado a viver no Egipto, acaba por reconhecer o seu pecado, o mal que fez a um Deus bom e amigo, pondo de parte suas leis e preceitos. Arrepende-se e Deus vai buscá-lo com o carinho de Pai amoroso. V ai buscá-lo ao Egipto onde os carros, os cavalos e cavaleiros e guerreiros do faraó ficaram soterrados nas águas do mar, extinguindo-se "como um pavio que se apaga".
São Paulo diz aos Filipenses que as coisas materiais são um prejuízo. Daí que tenha renunciado a todas, Diz mesmo "a todas", e "considera-as como lixo. Esqueceu tudo o que ficou para trás e vai, corre ao encontro do Bem supremo, ao encontro de Cristo que o chama, para o atingir na ressurreição.
Nos, baptizados, pertencemos a uma nova família. Somos o novo Israel. Adquirimos uma nova humanidade em Cristo. Através de provações, de privações e de contradições Paulo e nós vivemos na esperança da ressurreição e da vida vida nova com Cristo. Não esquecemos que Deus abriu através do deserto um caminho, e fez brotar rios e fontes de água na terra árida, para matar a sede ao seu povo e aos animais dos seus rebanhos. Levou-os ao colo para a sua terra, terra onde correrá leite e mel...
Em São João deparamos, por exemplo, com a cena da mulher apanhada em adultério e que, segundo a Lei de Moisés, devia ser apedrejada. Então, os fariseus tentam armar uma cilada a Jesus (se dissesse que devia ser apedrejada, onde estaria a bondade que tanto anunciava? e se dissesse que não devia sê-lo, estaria contra a Lei. Tu que dizes? E Jesus não respondeu. Insistem. E Jesus respondeu: "Quem estiver sem pecado, atire a primeira pedra". E eles começaram a ir embora, um a um, até ao último. Ficou só a mulher e Jesus. Ninguém te condenou? Ninguém, Senhor! Nem eu te condeno, vai e não voltes a pecar...
Hoje estamos num mundo de fariseus e hipócritas, num mundo corrupto, porque sem Deus, e sem aquilo a que falsamente chamam humanidade. Ultraja-se a Natureza ecológica, incluindo a Natureza humana, em muitos países , também no nosso e na UE, com leis iníquas, que só manifestam a corrupção e a podridão sob a capa de sermos modernos. No ano 2000 no Congresso Missionário Mundial, em Roma, o teólogo conferencista, hoje arcebispo Bruno Forte dizia: "o grande pecado do homem de hoje é ter posto Deus de lado, é ter rejeitado Deus, não faz caso do pecado. Nada é pecado. Por isso não é demais dizer que o mundo está à beira do abismo." O poder, o consumismo, a traição, a vingança, a destruição do outro: mortes, assassínios, roubos, desrespeito pela vida,... não é este o mundo em que vivemos?
Católicos, ainda que perseguidos, embora com palavras de tolerância... não desanimemos e permaneçamos firmes na nossa fé em Jesus Cristo.
Envergonhar-se-iam aqueles que pensaram uma Europa unida, pois pensaram numa Europa cristã. E estamos numa Europa sem Deus e que ataca Deus. Que se pode esperar das sociedade secretas? Duma sociedade que não se interessa pelo bem dos seus, especialmente dos pobres e dos idosos? Tudo isto vai ser um borrão na história humana, como já houve tantos através da história. Mas Deus triunfará e fará surgir um povo novo, uma nova humanidade. Numa verdadeira ressurreição.
ARMANDO SOARES
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