Jornal de Opinião

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18/01/10

Solta a alegria do teu coração

Estamos vivendo num mundo que me parece cada vez mais triste. Os rostos das pessoas manifestam claramente um "vazio" que está invadindo a sociedade.
Creio bem que o tecnicismo e o materialismo, o indiferentismo, são as grandes causas desta trágica situação. Somos todos convidados a viver e a partilhar a alegria. Alegria que vem de dentro e que não parte do ter tudo, do ter muito, dos "berros" mais ou menos controlados e alguns "bem afinados" nos palcos deste país, que aliás se tem tornado palco em pleno em programas TV que são de louvar.
Lá está a alma do povo, do povo crente, do povo que sabe o que anda a fazer nesta vida terrena, num tempo de peregrinação que nos é dado por Deus para viver. O grande mal, já dizia e repetiu, o italiano então Padre Bruno, hoje Bispo, em várias conferências do Congresso Missionário Mundial, em Roma, no ano 2000, no qual tive ensejo de estar presente com representantes de 123 países: "Este mundo caminha para o abismo porque rejeitou Deus e sem Deus a vida não tem sentido".
Numa das minhas passagens pelo Japão senti que as pessoas iam apressadas na rua como autênticos "robots". Se impera a técnica e se se rejeita Deus, o outro homem não passa de um inimigo a abater quando nos incomoda ou tenta superar-nos. Infelizmente é o que vemos numa Europa sem Deus, sem princípios, desnorteada, transgressora dos que a pensaram e estão na base da União Europeia. O homem abaixou-se e degradou-se até se ouvir dizer: "O que era imoral há 40 anos, hoje declara-se moral". Declara-se moral porque é agradável e até se fazem leis contra os princípios da natureza humana. Não esqueçam, os que têm os "neurónios afinados", que essas leis aprovadas por Assembleias, que de modo algum estão nesses casos a representar o povo e a fazer uma sociedade saudável, não estão obrigados a aceitá-las. Devem respeitar a vida e o casamento, por exemplo. O resto é o agradável e o prazer transformado em lei. Todos temos dentro de nós a capacidade de libertar a alegria numa vida pautada pelas leis da natureza. Agredir a natureza é ferir essa capacidade de ser alegre. E como diz , e muito bem, o nosso povo: "Deus perdoa e esquece sempre, o homem às vezes, mas a natureza vinga-se". E já se estará vingando com tantas centenas de milhares de mortos como nestes dias no Haiti, um dos países mais pobres do mundo.
Participemos do que dá verdadeira alegria, integremo-nos em movimentos de ajuda e solidariedade, demos até do que nos faz falta e não roubemos as pessoas nem a nação. Façamos algo que alegre e encante e oremos a Deus com profundidade. Sentir-nos-emos bem. O nosso coração precisa de alegrias intensas e celebremos as festas familiares, as festas dos santos nas aldeias, o convívio das romarias, a penitência das grandes peregrinações, as horas litúrgicas e os momentos de lazer
e repouso. O coração quer a felicidade, precisa das emoções fortes da alegria, quer usufruir ao máximo da paz a que tem direito.
Solte a alegria do seu coração. A alegria que pulsa no coração é fonte de vida eterna.

Armando Soares


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