Ao Compasso do Tempo - Crónica de 08 de Janeiro de 2010
Leitura semanal dos problemas do Mundo e da Igreja
“Se os homens soubessem meditar no mistério da vida, se soubessem sentir as mil complexidades que espiam a alma em cada pormenor da acção, não agiriam nunca, não viveriam até. Matar-se-iam de assustados, como os que se suicidam para não ser guilhotinados no dia seguinte”
“Afinal eu quem sou (…)? Um pobre órfão abandonado nas ruas das sensações, tiritando de frio às esquinas da realidade, tendo que dormir nos degraus da tristeza e comer o pão dado da Fantasia. De um pai sei o nome; disseram-me que se chamava Deus, mas o nome não me dá ideia de nada”
“Nunca tive alguém a quem pudesse chamar “Mestre”. Não morreu por mim nenhum Cristo. Nenhum Buda me indicou um Caminho” (Fernando Pessoa, Livro do Desassossego)
É um português que fala. Um cidadão, do nosso país, alçado a intérprete quase oficial da intrincada ou simples maneira de ser nossa. A confusão, o abandono, a expectativa de um guia de sabedoria…
Não tenho a certeza que haja muitos buscadores do que nos falta… A sabedoria, a arte de pensar e de decidir, a independência diante de grupos e pressões, o medo de perder “o ganha pão”, as hesitações face a quem “paga” melhor… É uma manta de retalhos. Nem sequer aquece. “É assim”, como se repete para aí sem pensar no que se diz. Corrijo: não “é assim”,,,. Mas… “somos assim!”
Nota: Deixarei de aparecer nas próximas semanas. Mas voltarei. É assim…
Lisboa, 08 de Janeiro de 2010
D. Januário Torgal Mendes Ferreira
Bispo das Forças Armadas e Forças de Segurança
http://castrense.ecclesia.pt
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