Jornal de Opinião

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20/12/09

Falando a Jesus no presépio

Estamos a breves dias da celebração do Natal de Jesus – Ele é o festejado, não podemos nunca esquecê-lo – colocamo-nos agora em diálogo com Jesus Menino em situação de presépio.
De forma simples nos dirigimos – cada um a seu modo ou segundo as suas circunstâncias – ao Menino Deus.

* Como filhos sentimos que temos um longo caminho a percorrer para sabermos viver em conformidade com a linguagem que de Jesus é irradiada: Ele é frágil, está necessitado de atenção, precisa de carinho... Assim, nós, filhos deste tempo, precisamos de quem nos faça crescer na maturidade, na serenidade e na confiança.

* Como pais reconhecemos que temos de caminhar na responsabilidade em sermos pais dignos dos filhos que Deus nos concedeu: eles são uma bênção e um compromisso em fazermos crescer pela vida além, respeitando cada um e amparando cada qual... Deste modo, nós, pais desta época, precisamos de ser ajudados pelos nossos filhos, aproveitando os seus conhecimentos mais actualizados e as suas descobertas de novidade.

* Como mães aceitamos a exigência de permanente reformulação da nossa presença na família, na sociedade, na profissão e na Igreja pelo acolhimento do dom da vida (biológica, psicológica, moral e espiritual): através de nós se derrama a vida como dádiva, como entrega, como missão de serviço aos outros... Assim, nós, mães deste tempo, precisamos de compreensão e de afecto de pais e de filhos para cumprirmos ainda melhor a tarefa de sermos coração divino neste mundo, por vezes, tão frio e anónimo.

* Como irmãos entendemos, à luz de Jesus Menino, a fraternidade que nos vem de um Deus feito homem e do homem divinizado: n’Ele, por Ele e com Ele criamos (ou devíamos criar conscientemente) uma família, onde todos se respeitam, se amparam e se acolhem... Deste modo, à luz de Jesus Menino sentimos que somos chamados a viver, nesta terra, um projecto de maior comunhão com todos, nos círculos concêntricos das nossas relações pessoais, familiares, profissionais, sociais, eclesiais... em abertura à diferença de sexos, de culturas, de povos e de nações.

* Como avós desejamos contribuir para a harmonia de gerações, respeitando e sendo respeitados. Diante do presépio podemos ver ‘velhos’ em romaria de proximidade à tão esperada vitória de Deus sobre as coisas passadas. Também nós, velhos deste tempo – que fomos novos noutras épocas – queremos sentir o afago dos nossos descendentes, evitando sermos atirados para o lixo humano em maré de arrumação. Diante de Jesus Menino ansiamos ser valorizados – quais crianças segunda vez – por todos, mas sobretudo pelos que nós cuidamos... Não nos deixem cair, por favor!

Nada melhor para interpretar o espírito do presépio – tendo Jesus no centro com Maria e José acompanhando – do que valorizar o Natal em família... até que ela tenha valor.

A. Sílvio Couto


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