Jornal de Opinião

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08/01/12

Civilização ateia? Que lhe parece?

Está a ser de moda aparecer nos jornais e internet o tema da civilização ateia. Como se pela primeira vez o mundo tivesse aceitado viver numa civilização sem Deus. O tema é atribuído a Vacla Havel, o poeta e homem de governo checo já falecido que em 2000 disse em Praga: “a nossa é a primeira civilização ateia” da história, isto é, aquela que “perdeu a sua conexão com o infinito e a eternidade”. Ao perder esta conexão com o transcendente e a eternidade entregou-se a uma espécie de civilização suicida sem esperança e sem futuro.


Em primeiro lugar a minha reacção é de que não vivemos numa civilização sem Deus mesmo que se possa pensar nas muitas manchas de ateísmo prático e militante. Contudo basta considerar alguns números aproximados de pessoas que uma maneira ou outra mantém algum fé em Deus para não concordar. Pensemos nos 2,3 biliões de Cristãos (Católicos 1,2), no 1,5 biliões de Muçulmanos, 8-900 milhões de Hinduistas, cerca de 1,5 bilião de outras diversos grupos religiosos.

É certo que o mundo é oprimido por minorias, grupos, lóbis que lutam contra todos os tipos de religião. São máfias ateias, grupos de interesses e negócios lucrativos sem ética que pensam que são eles que controlam o mundo e se arrogam o comando da humanidade e da história. E pensam como se Deus e os grupos religiosos, os Católicos em primeiro lugar, já não tivessem lugar no mundo. Isto não é novo mas hoje é mais insidioso, melhor organizado e com mais meios incluindo até meios de multinacionais. Procuram atingir os seus objectivos promovendo o aborto, a baixa de natalidade em países inteiros, defendem todas as práticas sexuais aberrantes, a violência e o tráfico de crianças, de adultos, armas e drogas. Pode-se dizer que não temem a Deus nem ao Diabo.

Tudo isto já começou há muito tempo. O projecto de construir uma civilização sem Deus e sem horizontes de transcendência e de eternidade, segundo o meu pensar e análise, explodiu com grande ruído e violência com a República Francesa em 1789 com a adoração da deusa razão e a venda de catedrais para pedreiras, e desde então não tem cessado de ser imposto e desenvolvido por todos os meios por esses grupos.
O Papa Bento XVI disse em Berlim que sem Deus não há futuro para a humanidade. Alguns grupos continuam contudo a tentar provar o contrário. Por agora o resultado está à vista: nós vivemos mergulhados numa crise colossal de valores e de uma monstruosa corrupção. Os Cristãos, contudo, sabem e acreditam que Deus não está ausente, está bem presente no mundo e naqueles que o aceitam. Nós vamos ser fiéis à celebração da sua presença, Jesus Cristo, a Palavra de Deus feita Carne. Afinal a Civilização está a ser restaurada continuamente por Ele e pelos que vivem unidos na sua vida quotidiana.

Jan. 2012
Aires Gameiro


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