Ao Compasso do tempo - 30 de Dezembro de 2011
O infortúnio pode ser um momento oportuno em ordem à felicidade. Diz-se.
Mas como? Mude-se de estilo, de formas de comportamento, de paradigma tão à moda. Mas alterar o quê?
a) Para quê gastos com idas a congressos, reuniões de grande porte, a encontros (todos do meu aplauso), quando não chegam aos interessados, conclusões, avanços, proposta de qualificação!
Que se faz de novo? Que processos começaram a ser tentados? O que mudou?
b) Porquê publicar revistas do melhor papel e recorte, ainda que de conteúdos magros, as quais se mantêm (como tantas outras coisas em Portugal!) porque suprimi-las seria sinal de fraqueza e de decadência, bem à vista de quem quiser ver?
c) Porquê construir ou manter volumosos edifícios, nascidos de esmolas e do bem querer de gente séria, com despesas gritantes na ordem da sua conservação, em vez de se enveredar por soluções mais convenientes, à semelhança da família que sentiu o dever de abandonar o casarão para habitar num simples andar?
Porquê tudo “à grande”…. quando a obra é a favor dos “pequenos”?
d) Porquê a propensão para molduras e brasões, para o fervilhar de instituições e novas místicas, e em que a realização máxima é sempre a de mais um santo fundador?
e) Lembram-se da odisseia (e da ilíada…) em que consistiu a construção de uma televisão de inspiração cristã?
Não haverá outras tantas derrapagens do mesmo género, mas em ponto pequeno?
f) E se secundando o convite para emigrar, os nossos desditosos desempregados vierem a defrontar-se com a tragédia da vingança? E se os naturais dos países que forem procurados nos fecharem as portas com as mesmas explicações e regras de quotas que alguns portugueses, em época recente, brandiram, fechando o portão da quinta?
g) E por que não alterar-se a ausência de pedagogia por parte do poder vigente, o qual, em cada curva do calendário, lá nos aparece (sem explicação nem sensibilidade) com mais um elemento adicional, com mais um imposto, com mais uma decisão “patriótica”? Por que será? Posso desejar-lhes um ano de 2012 menos mau do que o previsto?
Nota: Na sequência de tantos amigos aqui recordados, na altura da sua morte, permito-me evocar meu irmão Luís, falecido em 18 de Dezembro, no Hospital de S. José, em Lisboa, com uma pancreatite.
Sua mulher, os quatro filhos e os cinco netos sabem bem que nada se perde! Esta é a economia do Natal!
MDN – Capelania Mor, 30 de Dezembro de 2011
Januário Torgal Mendes Ferreira
Bispo das Forças Armadas e Forças de Segurança
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