Jornal de Opinião

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21/12/11

Diante do presépio, hoje!

Eis-nos com toda a verdade e sincera humildade diante dos vários sinais, que são as figuras do presépio. Não são muitas as que iremos referir, mas cremos que são as essenciais... para descobrir novas lições de vida.

Tentamos, ao longo do Advento, viver e ajudar a viver esta dinâmica contemplativa diante destas figuras do presépio. Por isso, mais do que boas intenções para os outros quisemos vivê-las... por antecipação, deixando aos nossos leitores algumas sugestões diante do presépio... sem romantismo nem sabor idílico, consideradas como desafios à nossa pressa diária.

- As ‘ovelhas’ numa linguagem de simplicidade... para sabermos compreender as palavras de Deus nosso dia-a-dia.
De fato, as simples ovelhas podem-nos acalmar, por entre tanta azáfama e correria na vida do dia a dia. A sua pacatez faz-nos bem ao nervoso (quase) inconsequente para travarmos os nossos impulsos consumistas. Perante um certo vazio de vida e duma programação sem objetivos, podemos e devemos olhar aquelas simples ovelhas como sinais de humildade e de comunhão com a natureza.

- O ‘boi/vaca e o burro’ numa linguagem de afeição e quase ternura... para deixar-nos iluminar no relacionamento mais fraterno uns com os outros.
Apesar de serem animais de outro porte e com diferente figuração, vaca e burro podem servir de aconchego a Jesus na noite fria – tal é o ideário da nossa imaginação! – de Belém, criando um ambiente menos gelado em nós e à nossa volta. Nem a ruralidade daquele quadro pode-nos distrair da consciência de afago e proteção, que estes dois animais dão ao nosso presépio, tão simples e centrado no essencial.

- A figura de São José, como sinal e presença do pai em família.. para deixamos iluminar a nossa realidade familiar pela atitude de testemunho em proximidade para com aqueles que vivem connosco.
Normalmente a imagem de São José é-nos apresentada como alguém que está de pé e em vigia sobre a Mãe e o Filho: ele dá proteção e segurança, cuida e vela, resguarda e acompanha... Numa espécie de recordação tentamos ver o lugar do pai na família, com a devida presença e o necessário cuidado sobre todos aqueles que estão sob a sua proteção. José está. E os pais também estarão, hoje?

- Maria, como figura do presépio e presença de mãe, na Igreja e no mundo... para suplicarmos e expormo-nos ao olhar materno de Maria para connosco… rumo ao Natal.
Ela é a Mãe. Depois de muitas dificuldades, contempla o seu filho – como qualquer mãe – reclinando-se sobre ele, sem distrações nem outros afazeres, que não seja cuidar dele. Este Filho, no entanto, é Jesus, o Verbo encarnado em seu seio pelo poder do Espírito Santo. Este quadro é sublime e santo, é intenso e simples, é atual e lança sementes para o nosso futuro... O teu rosto Mãe é de esperança! O teu rosto Mãe dá confiança!

- A imagem de Jesus-Menino está ao centro do nosso presépio, chamando a nossa atenção, pois Ele é o festejado... de braços abertos para nos receber.
Com efeito, que sentido teria a festa se o festejado fosse esquecido? Por vezes, andamos tão atafulhados com tantas coisas e com tantos outros interesses, que O festejado corre o risco de nem ter lugar no nosso coração. Efetivamente foi por não haver lugar na hospedaria, lá em Belém, que Jesus teve de nascer num curral de animais. Será que Ele tem lugar no meu Natal ou vai continuar à espera?
Jesus (re)nasce em mim, neste Natal.

António Sílvio Couto
(asilviocouto@gmail.com)

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