Jornal de Opinião

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12/09/11

Numa tentativa de evangelização pela procissão

Por estes dias realizaram-se, em vários pontos do nosso país, procissões inseridas em programas de festas e de romarias: umas com mais sabor cristão, outras mais como desfiles etnográficos, algumas com muitas imagens de santos e de santas, outras com alguma palavra da Palavra de Deus e, muitas outras, infelizmente sem qualquer aproveitamento dessa oportunidade de evangelização. Cremos que será um crime-de-lesa-majestade não aproveitar esses momentos das procissões para levar, tantos os que nelas participam como aqueles que as vêem, a refletir sobre a vida, a fé e mesma a condição humana... Deixamos, seguidamente, uma intervenção (despretenciosa) na procissão de Nossa Senhora da Boa Viagem, que por estes dias se festeja – com momentos de convívio, de tauromaquia e de fé – na Moita do Ribatejo... É (tão somente) uma breve explicação dos santos/as que integram a dita procissão, pois dos muitos assistentes talvez nem os/as conheçam. Diante de Vós, Nossa Senhora da Boa Viagem, eis o povo da Moita, em dia de festa. Aqui, junto ao cais, estamos todos os que Vos reconhecemos -- mais ou menos conscientemente -- como nossa Mãe, nossa rainha e nossa protetora. * Trazemos nesta procissão santos e santas que nos fortalecem na fé e nos fazem viver em comunhão com Jesus e em Igreja: - São Pedro é o chefe da Igreja, escolhido de entre pescadores para ser o responsável da Igreja ontem como hoje; - São Miguel, o vencedor de Satanás, continua, hoje, a defender a Igreja e o mundo das insídias do maligno; - São José, casto esposo de Maria e protetor da Sagrada Família vela, ainda hoje, por nós; - São João Baptista, o precursor de Jesus, aponta para Ele, dizendo-nos que Jesus é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo; - Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora da Atalaia e Nossa Senhora dos Prazeres completam e resumem, numa primeira etapa, a vitória sobre o pecado, a força de confiança e a glorificação pascal... em cada lugar e em cada tempo. * Com os mártires -- Santa Luzia, São Sebastião e São Lourenço -- refontalizamos a nossa fé adormecida, revigorando e fortalecendo o nosso compromisso neste mundo e neste tempo. * Diante dos confessores e religiosos, que trazemos connosco na caminhada desta procissão, tentamos valorizar a entrega de vida e a dinâmica do nosso compromisso que se quer mais consciente e atuante: - São Marçal protege-nos das chamas e dos perigos... com a ajuda daqueles que combatem os fogos, hoje como ontem; - Por Santo Amaro nos confiamos à proteção contra as dores dos ossos e das mazelas corporais e mesmo espirituais; - Em Santo António vemos e reconhecemos a entrega aos outros e a recuperação dos objetos perdidos; - Com Santa Rita de Cássia confiamos os casos perdidos... mesmo os mais difíceis pessoais e familiares; - Através de São Luís Gonzaga tentamos envolver todos os jovens e particularmente os estudantes; - Na figura do Menino Jesus Praga sentimos a fortaleza da fragilidade, tanto na vida tanto como na espiritualidade de abandono... em Deus; - Com Santa Teresinha do Menino Jesus vivemos a infância espiritual... sempre nova e cada vez mais necessária na vida em Igreja; * Pelas evocações de Nossa Senhora do Carmo, de Nossa Senhora de Lourdes e de Nossa Senhora de Fátima, tentamos perceber os convites e os desafios de Deus à conversão nas várias manifestações de Sua e nossa Mãe... * Finalmente, nesta procissão, trazemos em manifestação de fé pela vida, - a presença do Sagrado Coração de Jesus - n’Ele vemos e reconhecemos a bondade de Deus para connosco, que Se fez coração em amor e em misericórdia... ontem, hoje e para sempre. - Contemplando, mais atentamente a Vossa imagem -- Nossa Senhora da Boa Viagem -- vemos o Vosso filho Jesus que Se irradia do Vosso coração e, na vossa mão direita, percebemos a caravela em saída para o trabalho... de ontem e de hoje. . Que Vosso Filho nos acolha, hoje e sempre. . Pelo nosso trabalho ensinai-nos a santificar a nossa vida em amor, com confiança e maior abandono a Deus... Com efeito, cada dia aprendemos melhor o sentido indicado nos sinais de Deus, hoje, amadurecidos cada vez melhor! Esperamos, com este breve texto localizado no tempo e no espaço, poder contribuir para uma certa evangelização através desta procissão, tentando conhecer o meio e reconhecer as dificuldades de anúncio de Jesus. António Sílvio Couto (asilviocouto@gmail.com)

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