Madrid – 16 a 21 de Agosto - Acampamento da Fé
“Esta és la juventud del Papa!”
“Jovem“, há muitos anos, participei na JMJ pela sétima vez
1- O que vi e presenciei?
Vi uma cidade de Madrid, acolhedora e bem organizada, uma gente com charme e respeitadora. Vi jovens voluntários (eram 32 mil), que não tiveram férias e esqueceram o calor e cansaço e se disponibilizaram para acolherem os milhares de jovens que aos poucos iam chegando das várias partes do mundo. Foram verdadeiros samaritanos a ajudar e acolher.
Vi a grande cidade de Madrid, ficar pequena para tantos jovens. Mas não eram uns jovens quaisquer. Eles eram diferentes, nunca se tinham conhecido antes e parece que se conheciam há muito tempo. Eles falavam inglês, italiano, espanhol, português, alemão, polaco, japonês, chinês e tantos outros idiomas.
Torre de Babel? Não. Um novo Pentecostes invadiu Madrid. Eram jovens com Esperança com horizontes de futuro e que queriam escutar e escutar-se aprofundando o lema das jornadas: “Enraizadas e edificadas em Cristo, firmes na Fé”
Vi naqueles quase dois milhões de jovens, o rosto alegre de Cristo. A sua presença fez de Madrid um macro festival da fé, da esperança e da alegria. Eles enfrentavam tudo com simpatia, fortaleza e coragem. Dormiam no chão, tomavam banhos de água fria, comiam nos pátios, nos jardins e nas ruas. Rezavam nos ginásios e nos pátios dos colégios e escolas que os acolhiam, carregavam mochilas pesadas, enfrentavam longas filas para entrar no metro, para irem à casa de banho, aguentaram a cantar e a pular temperaturas de quase 40°C, e horas de caminhada pela cidade e até uma tempestade de chuva. Sentados no chão, nas ruas e praças, esperam longas horas pelo papa e pelas celebrações. E apesar de tudo, eles sorriam, cantavam, brincavam, rezavam…
Como jovens peregrinos a caminho de uma meta, vi atitudes evangélicas e exemplo de civismo nestes jovens, que até nalgum momento ouviram palavras poucas simpáticas de militantes laicistas que se manifestavam contra a JMJ. Respeitaram, calaram, sorriram…e viveram o Evangelho oferecendo “a outra face”, respondendo com um sorriso no rosto ou um “Deus te abençoe! e “a paz esteja contigo”
2- Fomos a Madrid porque a Igreja nos convocou
Desde 1985, que através de João Paulo II, grande inventor das Jornadas, e agora com Bento XVI, que a Igreja convoca os jovens e seus animadores, para uma grande jornada bienal da Fé.
Pela sétima vez participei com cerca de 100 Jovens ligados ao MTA e à Família Teresiana.
Unidos por um mesmo ideal, aqueles milhares de jovens dissemos “SIM”T à chamada da Igreja. O papa, Bento XVI, um homem de 84 anos, Bispos de todos países, sacerdotes, religiosos e religiosas rezaram connosco, fizeram silêncio, ajoelharam, adoraram, cantaram e enfrentaram a chuva, e o calor como nós.
Eu não vi uma Igreja medieval, com ideias retrógradas, ou com um discurso moralista como às vezes se diz por aí. Eu vi uma Igreja Católica jovem, alegre, ativa e fraterna. Eu vi dois milhões de jovens ao redor do Sucessor de Pedro. Eu vi um Papa, que, mesmo debaixo de uma tempestade de chuva, não deixou os jovens sozinhos e se fez um com eles.
Experimentei uma Igreja atenta às realidades do mundo e a quem sofre.
Significativa, para mim, foi a Via-sacra, que por mim foi vivida e experimentada de forma intensa. Para carregar a cruz, símbolo da JMJ, foram escolhidos jovens com algum tipo de deficiência, provenientes de áreas de conflitos, como Terra Santa e Iraque e também alguns vindos de países que sofreram catástrofes naturais, como é o caso do Haiti e Japão. Também me causou alegria interior, sentir Bento XVI inserido no mundo e preocupado com ele, ao saber que recebeu um grupo de jovens noruegueses levando-lhes o consolo pelo duplo atentado de Oslo, que tirou a vida de 77 pessoas no dia 22 de do passado mês de Julho.
Não me passou à margem o conteúdo da mochila que nos ofereceram:
Uma cerveja sem álcool, (estava o recado dado), o catecismo jovem da Igreja católica, o “Woucat”, (recebi-o em Português), o livro do peregrino, com toda a liturgia destes dias, o Evangelho de S. Mateus em várias línguas, uma “caixa de Comprimidos” com um crucifixo dentro, a lembrar-nos que a cruz é o melhor remédio e tantas outras coisas que nos motivavam para o verdadeiro sentido da JMJ: Fazer daqueles seis dias tempo único e muito rico para toda a Igreja e, consequentemente, para o mundo, que presencia a busca da juventude pelo que não passa: Deus!
3- Bento XVI indicou aos jovens o caminho da autêntica Fé em Cristo e na igreja
As palavras e discursos de Bento XVI, em Madrid, estão aí em tantos sites cristãos e não só. Têm que ser agora reflectidas e vividas pelos jovens dos movimentos e grupos católicos. O cansaço desses dias não nos deixou assimilar tudo. Partilho aqui, em primeira mão, as que me tocaram a mim e aos cerca de 100 jovens do MTA e da Família Teresiana, que comigo partilharam estes dias e que fomos partilhando nesse grande acampamento da Fé. O Santo Padre fez um apelo aos jovens católicos de todo o mundo para que testemunhem a sua fé publicamente, mesmo em “lugares onde prevaleça a rejeição ou a indiferença”.
Disse, também, que “a Fé vai mais longe que os simples dados empíricos ou históricos, e é capaz de apreender o mistério da pessoa de Cristo na sua profundidade”.
Frisou que “a fé não é fruto do esforço do homem, da sua razão, mas é um dom de Deus”…
“É impossível encontrar Cristo, e não O dar a conhecer aos outros. Por isso, não guardeis Cristo para vós mesmos. Comunicai aos outros a alegria da vossa fé. O mundo necessita do testemunho da vossa fé; necessita, sem dúvida, de Deus”, declarou.
Em português, o Papa convidou cada um a “estabelecer um diálogo pessoal com Cristo, expondo-lhe as próprias dúvidas e sobretudo escutando-O”.
4- E depois da JMJ?
Acabou o Acampamento da Fé em Madrid e a festa da alegria e do testemunho dos jovens cristãos de todo o mundo. É hora de ir e de fazer vivas e atuantes as palavras do Pastor da Igreja Universal, o Santo Padre o Papa Bento XVI. Temos, todos nós, jovens e adultos, de dar primazia a Deus na nossa vida e testemunhar a nossa Fé empenhando-nos no serviço gratuito, no Amor e serviço à Vida em todas as suas realidades.
Seremos santos se transformarmos em vida as palavras de Bento XVI:
“Se permanecerdes no amor de Cristo, radicados na fé, encontrareis, mesmo no meio de contrariedades e sofrimentos, a fonte do júbilo e a alegria. A fé não se opõe aos vossos ideais mais altos; pelo contrário, exalta-os e aperfeiçoa-os. Queridos jovens, não vos conformeis com nada menos do que a Verdade e o Amor, não vos conformeis com nada menos do que Cristo.”
Caminhemos
sem medo de sermos
testemunhas da
Esperança
Cristo jamais nos faltará.
Maria de Fátima Magalhães stj
0 Comentários:
Enviar um comentário
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial