Jornal de Opinião

São muitos os textos enviados para a Agência Ecclesia com pedido de publicação. De diferentes personalidades e contextos sociais e eclesiais, o seu conteúdo é exclusivamente da responsabilidade dos seus autores. São esses textos que aqui se publicam, sem que afectem critérios editoriais da Agência Ecclesia. Trata-se de um espaço de divulgação da opinião assinada e assumida, contribuindo para o debate de ideias, que a internet possibilita.

16/07/12

Deus... e o bosão de Higgs!

Em Julho de 1910, a propósito da explosão do acelerador de partículas que os cientistas da CERN tinham montado nos subterrâneos da Suiça na tentativa de encontrarem a “partícula original” que deu ordem e massa ao Universo – o “Bosão de Higgs” – escrevi e publiquei um textozito a que pus o título “A Partícula de Deus”. Ora, em 4 do mês passado, os mesmos cientistas publicaram o resultado que todos esperávamos com ânsia, dizendo que, finalmente, tinham podido encontrar a tal partícula que pode ajudá-los a descobrir como apareceu e como funciona o Universo, ou seja, o que aconteceu após o “Big Bang” ou explosão do “ovo cósmico”, também chamado “átomo inicial”. No dia 9 de Julho, o programa “Prós e Contras” da RTP 1 brindou-nos com um fabuloso debate que aproveitei do princípio ao fim, onde uma plateia de notáveis na Física, na Matemática, na Filosofia e na Teologia deram as suas achegas importantes sobre o tema, que francamente me apaixona. Gostei imenso do programa. Na sequência do que acabo de dizer, peço por isso licença aos meus leitores para voltar ao assunto. Tem-se chamado à tal partícula original a “Partícula de Deus”. Erradamente. Identificar Deus com uma partícula subatómica é um crasso e imperdoável erro que se deve não só evitar mas também condenar. Só por metáfora se poderá chamar-lhe assim. Deus não é verificável nem observável porque não é “massa” nem “matéria”. Se o fosse, já não havia mais lugar para a Fé, nem mérito algum em acreditar. Os cientistas nunca poderão encontrar Deus nas suas experiências físicas ou laboratoriais, mas também nunca conseguirão negá-LO, a não ser no momento em que conseguissem o impossível: acabar o seu trabalho e dar a explicação última de tudo quanto existe. Ora, a ciência ainda só conhece 4% do Universo; faltam ainda os outros 96%. Assim o disseram os palestrantes do “Prós e Contras”. O sucedido e verificado na experiência em causa não permite portanto a ninguém afirmar a existência de Deus, nem negar que Ele exista. A experiência feita e o resultado encontrado permitem apenas um maior conhecimento do universo material existente e uma melhor compreensão do processo físico nos momentos posteriores ao “big bang”, ou seja: a descoberta do “bosão de Higgs” apenas permite conhecer melhor porque é que o universo é como é. Dizem os entendidos que, ao expandir-se após o “big bang”, o universo experimentou um forte e brusco esfriamento que diminuiu aos poucos a energia das partículas que o compõem, e propiciou as diversas fases por que passou o mesmo universo até chegar ao seu estado actual. Pelas respostas dos arguentes do “Prós e Contras” pudemos ver que, para além e para trás da tal “partícula”, a ciência nada sabe. Uma pergunta fica e sempre ficará, para nós e também para os cientistas: Quem criou as leis da Natureza que a ciência vai descobrindo? “A ciência não pode explicar-se a si mesma”. Só a Fé nos poderá dizer alguma coisa! Resende, 10/07/12 J. Correia Duarte

0 Comentários:

Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]

<< Página inicial