Jornal de Opinião

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16/03/12

7 Tailândia dos 30.000 templos, meio milhão de monges e turismo

Foi uma bênção ser hóspede dos Padres Camilianos no Hospital de S. Camilo em Banguecoque. O Padre João Contarin há 26 anos na Tailândia foi um guia precioso já desde antes de sair de Portugal.

As informações foram preciosas. “Aqui o transporte é o taxi-meter e não outro qualquer. É barato e os táxis ilegais enganam e os triciclos são perigosos para estrangeiros. Muitos acabam roubados e abandonados”. Havia por vários locais avisos em inglês da polícia e de particulares a aconselhar não usar os Tuc-Tuc (três rodas).Os preços dos táxis andam por 1/6 dos de cá. De táxi se visitam templos e igrejas. Para segurança ostentam à vista a foto, o nome e o número do taxista e aviso para se tomar nota deles
Haverá 30.000 templos budistas na Tailândia, e mais de meio milhão de monges mas muitos ora são ora deixam de ser… Na Conferência sobre o álcool havia dezenas deles em lugares reservados a quem era devida reverência. Tirar os sapatos para visitar templos e palácios acaba por ser aborrecido; contudo foi obrigatório visitar o Palácio Real, o seu Templo da Esmeralda, os templos Wat Pho e Wat Arun, e mais alguns principalmente nas ruínas da antiga capital, Ayuthayá.
Torna-se uma curiosidade visitar o Bairro Chinês em que as ruas, com emaranhadas de milhentos cabos eléctricos e telefónicos por cima da cabeça, servem para oficinas de peças de automóveis usados, lojas, lugares de dormir e restaurantes num dos quais na margem do rio o almoço ficou por dois dólares. Do barco para a Igreja de Santa Cruz do outro lado do rio, fotografou-se de fugida o belo jardim de bandeira hasteada da embaixada de Portugal ali perto, que alma “zelosa” impediu de ver pela entrada.
A visita guiada em grupo à antiga capital Ayuthayá, onde fica a “Aldeia Portuguesa” causou alguma frustração pela incompetência do guia que além de falar mal inglês se interessava mais por levar o grupo a compras e cavalgadas de elefantes que cumprir a sua função, e mostrar o museu da “Aldeia Portuguesa” por não estar no circuito. Visitaram-se grandiosas ruínas da cidade acabadas de sair das inundações e várias stupas e templos antigos: Ubosot, Chedi Chaya Mongkhol, Phra Monkhon Bophit e outros com nomes complicados…. No parque do palácio Bang Pa-In nos arredores fomos convidados a subir a uma torre algo semelhante a um farol em estilo português.
Nem só templos budistas. O Padre Contarin ofereceu uma ida a Sam Pram, 50 kms a oeste, ao chamado Vaticano de Banguecoque pelas dezenas de casas religiosas e pela universidade, para na Igreja da Ascensão assistir a festa de profissão de três camilianos do Vietnam. Pelo caminho falou-se da ausência de grafitti e de publicidade com mulheres desnudadas e do turismo sexual na Tailândia (40%?) apesar de tanto budismo. Um italiano foi falando de culinária cultural em Banguecoque e de como criou um curso universitário de cozinha italiana para “chefs” com tudo em italiano: língua, produtos e prática em restaurantes italianos. Com centenas deles este curso universitário faz sentido e deixou a ideia se não faria também sentido algum curso semelhante de culinária cultural portuguesa nalguma capital do mundo. Os bolos da Igreja de Santa Cruz do século XVII e o piripiri que os portugueses levaram do Brasil para a Tailândia não poderiam faltar.
Banguecoque, Fev. 2012
Aires Gameiro




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