Jornal de Opinião

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14/12/12

Natal em Ano da Fé e de relativismo

São as diferenças que distinguem a identidade de alguém. Não há ciência nem conhecimento na confusão, sem distinguir diferenças. Centenas de mensagens sobre eventos e tomadas de posição não são mais que estratégias para confundir e anular os marcos que distinguem a identidade da fé e prática cristã e católica doutras religiões e Igrejas. As táticas de confundir os católicos são contínuas na internete, TV, rádio, jornais e nas conversas de café. Há “cérebros” apostados na lavagem dos cérebros dos católicos; mantem agendas anti-cristãs de separar o Natal da celebração do nascimento de Cristo; e de separar esta quadra do próprio nome de Natal. O palavra Natal deve desaparecer porque leva a pensar n’Aquele que lhe deu origem,e no seu Corpo, a Igreja. Natal seria termo a não dizer. Na internete, em várias línguas, os votos de Natal já são muitas vezes“votos de época” ou de “estação” (season, saison, stagione), não de Natal. Os secularistas, ateus ou não, pela mesma razão querem também abolir o antes e depois de Cristo (a.C. e p.C.) nas datas. Para eles o nome de Cristo é perigoso. Muitos católicos estão pouco atentos e inconscientes perante este tsumani anti-cristão que insidiosamente cria o vazio da fé, de decorações sem o Menino e festas sem Jesus, pondo no seu lugar alguma banalidade ou alguma religião mais açucarada da “Nova Idade”. A banir não são apenas os crucifixos dos locais onde sempre estiveram; os nomes, temas e eventos cristãos católicos são também a ofuscar e banir de tudo quanto é noticiário e mensagem; a não ser que sirvam para denegrir a Igreja e o Papa. A lei do relativismo confuso e difuso do tanto faz esta religião como qualquer outra ou nenhuma; tanto faz uma Igreja como outra, e tanto faz ser como só parecer católico, está a “fabricar” nova categoria de católicos sem fé cristã católica, sem fidelidade a Cristo, sem participação plena na vida da Igreja Católica e sem costumes cristãos. Os militantes laicistas e maçónicos promovem-na em encontros e grupos onde o aborto, o chamado “casamento” aberrante de gays, a hostilidade metódica contra Bento XVI, este ou aquele bispo católico e suas mensagens ocupam lugar central. Neles lançam a armadilha de levar os católicos a pensar que é vergonhoso defender a sua fé e vantajoso acobardarem-se perante a diatribes e disparates ouvidos. Usam as táticas de enaltecer de forma superlativa todos aqueles, mesmo católicos e padres, que têm na sua história alguma posição hostil à Igreja Católica: pro-aborto, pro-educação sexual abortiva, pro casamento gay, pro adultério e divórcio, etc. Os que têm a coragem de dizer “eu por aí não vou” são silenciados e envergonhados. Onde estão os leigos católicos corajosos e esclarecidos para desmontar esta pseudociência manipuladora? Será que a defesa da fé cristã e do Evangelho envergonha? Será que vamos deixar que a Europa fique mais favorável às crenças, rituais e leis muçulmanas que às católicas? Mais favorável ao Budismo que à fé da Igreja católica? Não basta dizer fé cristã se queremos ser claros na identidade do que falamos. Não faltam “cristãos” desta ou daquela igreja que já não aceitam Jesus Cristo, como Filho de Deus; não aceitam que tenha alguma coisa a ver com a maneira como os cristãos devem ou não devem viver. Para alguns as palavras de Jesus contam menos do que as de qualquer letrado ou falador da esquina. Alguns votaram ao esquecimento a prática cristã, aceitam tudo na indistinção e confusão da sua fé. Aceitam o relativismo da confusão que nivela o razoável e o irracional, o que tem valor moral e o que o não tem. A tudo chamam religião. Afinal a religião e as religiões não estão a acabar, como os “iluminados” ateus apregoam há mais de dois séculos, com desejo e sem convicção a morte da Igreja Católica. Afinal a ciência das religiões já reconhece que as religiões estão a regressar em força mas mais quase só as velhas religiões animistas, agora com o nome do New Age sincretista. Dizem-se unidos às “almas”, “intenções” e poderes demiurgos, bons ou maléficos, às árvores, aos rios, aos animais, ao caos, aos astros, à terra e ao mar. E propõem rituais para adorar estes deuses, adorando-se a si mesmos a eles unidos. Para os “novos religiosos” todos os seres vivos e mortos são deuses aceitáveis e dignos de culto. Assim, o relativismo paradoxal propõe que se abrace qualquer religião desde que ela afaste os católicos da participação plena na Igreja. Em tempo de Natal o Ano da Fé convida a refletir e a libertar-se das armadilhas deste relativismo insidioso. Funchal, Natal 2012 Aires Gameiro

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