Jornal de Opinião

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28/05/12

Ao Compasso do Tempo - 25 de Maio de 2012

Manter a altura e a urbanidade são marcas de estilos de Estado. Dizem-no-lo! O Evangelho, muito acima da cultura mundana, mas sempre amando-a, quando, entre brocardos, cintilam as artes do ser justo e digno, é um vade-mecum de outros critérios: ser o último, deixar tudo, manter-se de pé (“sou um cidadão romano”), não se deixar adormecer mesmo no Jardim das Oliveiras, dar tudo para O seguir, ser feliz e ladino, cantando nas praças, mesmo que o coro não corresponda, ser perseguido e tema de maldade, etc, etc! É uma ladainha esta de honrarias! É um cortejo de insígnias das maiores desventuras. E, neste circular de “maneiras de viver”, que poucos ousam adotar, e, nesta sociedade portuguesa, velha, cansada e sem saber para onde seguir, lá se levanta a poeira das conversas de café e de alguns meandros eclesiásticos e beatos! “E quem será o futuro Patriarca de Lisboa? E quem serão os próximos a “mandar”? E o do Porto fica lá ou muda? E quando teremos pessoas, naturais e livres, nos lugares de maior serviço, mostrando como se serve, sem as receitas costumadas de como se devem comportar?” E, convenhamos que há alturas, em que nos parece haver as eclosões do cair do mundo: são os bombeiros; os comboios a parar; o Relvas a calar…; o Dr. Bagão Félix a afirmar que o governo estendeu as mãos e confiscou, nos reformados, o que só lhes pertencia (a eles reformados) e a mais ninguém; o endividamento das famílias; as menos receitas e o aumento orçamental, nascentes daqui, as previsões mais perturbadoras… e tantos acontecimentos e situações, espelhando a confusão. Mas, no tumulto destes desassossegos, há quem durma na rua; aguarde um filho, sem ter nada para o vestir; quem se deslumbre com um diploma, sem conseguir um lugar ao sol do emprego; quem deseje um pequenino espaço onde, mesmo iludido(a), sempre é para lá que todas as manhãs dirige os passos, para trás deixando os fantasmas do exílio da casa. E desculpem-me: e os amigos dos amigos? E os negócios do Brasil ou de Angola!? E as seitas ou espécies de seitas, onde, ao menos, alguns se refugiam, sem que os mirones o(s) surpreendam?; e a tristeza que não se transfigura em alegria…? E a inveja e a má vontade? Sopra um ambiente estranho. Parece o clima variável de humidade, chuva, calor. E como mudar?! MDN – Capelania Mor, 25 de Maio de 2012 Januário Torgal Mendes Ferreira Bispo das Forças Armadas e Forças de Segurança

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